Arte e Natureza - O jardim dos “trognes”* de Dominique Mansion

Autores

  • ISABELLE GUILLAUIC

DOI:

https://doi.org/10.14295/rbho.v16i1.511

Resumo

Esse trabalho de pesquisa consiste em colocar as bases de uma dialética entre a evolução da arte contemporânea, (cf. Land art, Earth art, Arte povera, Naturalisme intégral, etc.), e a das florestas urbanas. De fato, a criação da Agenda XXI (cf. Sommet de la Terre de Rio de Janeiro, 1992), incitou os poderes públicos a criar reservas ecológicas no centro das cidades, (cf. La petite Amazonie de la ville de Nantes en France), sendo importante constatar que esses programas de “renaturação” urbana freqüentemente são acompanhados de uma incumbência que o poder público dá à um artista. Mas essas reservas da natureza, em seu estado selvagem, fazem realmente parte do domínio público. Sua acessibilidade sugere novos usos urbanos em adequação à sua singularidade. O estímulo a essas novas práticas urbanas passa pela arte que serve como ligação entre os poderes públicos e a população. Portanto o retorno da natureza dentro da cidade não é um assunto novo. Já no século XIX, os parques, jardins e florestas de Paris e do Rio de Janeiro (por sua incomparável floresta urbana da Tijuca) foram criados sobre essa ótica. Ao mesmo tempo, nos séculos XX e XXI, nota-se que a arte e a ecologia passam a revolucionar “A arte de construir as cidades” (Sitte, 1889). Com o intuito de seguir o curso dessas evoluções, eu me posicionei como observadora para mostrar o surgimento da Arte no coração dessas mudanças, estabelecendo nesse contexto aproximações de alguns projetos urbanos, que foram escolhidos, pelo motivo de se mostrar como uma interpretação da floresta penetrando dentro da cidade. A descoberta da obra de Dominique Mansion faz parte da linha deste trabalho de pesquisa.. Porque seus “trognes” são ready made que desviam um objeto de um mundo agrícola para fins estéticos. Como todas as obras de arte, os “trognes” de Dominique Mansion não ficam no canto do atelier onde foram geradas, - se fosse esse o caso, elas continuariam no mundo agrícola, origem das mesmas enquanto produto, pois essas obras interessam também ao mundo cidadão criando uma nova abertura no campo dos motivos estéticos.

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Publicado

2010-06-09

Edição

Seção

Palestras