Identificação, seleção e caracterização de espécies vegetais destinadas à instalação de jardins sensoriais táteis para deficientes visuais, em Piracicaba (SP), Brasil

Autores

  • JOSÉ FLÁVIO MACHADO CÉSAR LEÃO

DOI:

https://doi.org/10.14295/rbho.v14i2.283

Resumo

O trabalho avaliou a percepção tátil de espécies vegetais por uma parcela da população de deficientes visuais em diferentes graus de intensidade, de ambos os sexos e com idades entre 13 e 77 anos, residentes em Piracicaba (SP), classificando-as de acordo com a maior ou a menor preferência, por meio de análises sensoriais afetivas. As plantas foram escolhidas dentre aquelas utilizadas na composição de parques e jardins, instalados nas condições ambientais da região de Piracicaba (SP). No processo de seleção das plantas, considerou-se, também, a escolha daquelas que possibilitassem maior segurança física e psicológica aos deficientes visuais, além da sua disponibilidade no mercado. Selecionaram-se, para os testes, indivíduos vegetais adultos, organizados em grupos distintos, de acordo com seu porte, sua estrutura e suas funções específicas na composição paisagística: 13 espécies arbóreas; cinco palmeiras; dois tipos de bambus; 19 arbustos, 34 espécies herbáceas e quatro tipos de gramas, totalizando 77 diferentes plantas. As espécies arbóreas foram avaliadas pelas características do tronco: a circunferência à altura do peito (CAP) e a textura da casca; as arbustivas, segundo o porte da planta, o tipo, a textura e o tamanho das folhas; as herbáceas e as gramíneas, segundo o tipo, a textura e o tamanho das folhas. A partir dos testes realizados, concluiu-se que, com relação aos provadores, não houve diferença significativa entre os fatores sexo, idade, grau e tempo da deficiência, no que se refere às preferências sobre as espécies vegetais, dentro de cada categoria. Em relação às espécies arbóreas, constatou-se que, aos menores valores de CAP e à textura mais fina da casca, foram associados os maiores escores médios,refletindo a preferência dos provadores por indivíduos com menores diâmetros e por espécies com texturas macias, lisas e muito lisas. Os resultados sugeriram que a característica textura da casca foi mais importante, do ponto de vista afetivo, que a circunferência do caule à altura do peito. No que se refere aos arbustos testados, verificou-se que o porte foi pouco importante e que a textura e o tamanho das folhas foram fatores preponderantes na discriminação das espécies, com ampla vantagem para as texturas macias. Os testes com as herbáceas e as gramíneas para relvados também evidenciaram que as características mais importantes, do ponto de vista afetivo, foram a textura e o tamanho das folhas. As herbáceas contempladas com flores ou inflorescências receberam escores médios maiores, exceção feita ao antúrio e à estrelícia, provavelmente, por apresentarem folhas médias e grandes, respectivamente, ou pelas características específicas de suas flores.

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Publicado

2008-07-21

Edição

Seção

Artigos Científicos